Há 50 anos, em 10 de novembro de 1972, morria Torquato Neto, um dia depois de completar 28 anos. Por onde anda o poeta nos dias de hoje?
Publicado em 28/12/2022
Atualizado às 20:14 de 24/04/2023
por Fernanda Castello Branco
“Para Torquato Neto, o começo e o fim eram a mesma coisa”, disse George Mendes, primo e detentor do acervo do artista. Morto em 1972, o poeta piauiense, um dos nomes da Tropicália, segue vivo. E não tem como falar da sua morte sem falar da sua vida e obra, e de toda a sua importância para a música e a cultura brasileira.
Ouça músicas com letra de Torquato Neto:
(trecho de “Todo dia é dia D”, de Carlos Pinto e Torquato Neto)
O trecho de “Todo dia é dia D” previu mesmo o que aconteceria com o “menino crescido”. Cinquenta anos depois, em Teresina (PI), sua cidade natal, “uma contradição para ele, mas uma contradição muito querida”, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) promove um evento, idealizado por George Mendes e Viriato Campelo, vice-reitor da instituição, para marcar a efeméride de 10 de novembro. “O menino saiu daqui, mas nunca abandonou a cidade. Sabia que ela era provinciana, mas nunca deixou de botar o pé em Teresina”, fala Mendes.
Na ocasião, será lançado o livro Torquato Neto – arte inacabada, organizado por Mendes, Campelo e Paulo José Cunha. A obra conta com texto de Augusto de Campos definindo o artista piauiense como um dos nomes da poesia de vanguarda no Brasil e no mundo, além de contribuições de Paulo Roberto Pires, Edwar Castelo Branco, Claudio Leal e dos três organizadores, entre outros nomes. Confira a programação detalhada ao final deste texto.
Acervo
Torquato Neto e seu legado estão sempre presentes em Teresina. Em 2007, Ana Maria Duarte, viúva do poeta, falecida em 2016, aos 72 anos, confiou definitivamente a George Mendes o acervo de Torquato. Além do que foi enviado do Rio de Janeiro para a capital do Piauí, Mendes incluiu no acervo tudo o que chegava a ele desde a morte do primo.