Acessibilidade
Agenda

Fonte

A+A-
Alto ContrasteInverter CoresRedefinir
Agenda

10 curtas dirigidos por mulheres para ver de graça na IC Pla

Nesta coluna, Luísa Pécora destaca o espaço de experimentação que o curta-metragem oferece

Publicado em 28/12/2022

Atualizado às 20:14 de 24/04/2023

Embalada pelo clima de retrospectiva que marca o fim do ano, começo esta coluna com uma pergunta: a quantos curtas-metragens você assistiu em 2022?

Mesmo quem se considera cinéfilo pode encontrar certa dificuldade para ver curtas fora dos festivais, já que esses filmes não seguem o modelo tradicional de distribuição – ou seja, não estreiam nas salas de cinema, como é o caso dos longas-metragens. Mas o aspecto menos “comercial” dessas obras não as torna menos interessantes: para cineastas jovens ou experientes, o curta representa um importante espaço de experimentação e a oportunidade de contar uma boa história e impactar o público em menos de 30 minutos.

Muitos dos filmes nacionais que ficaram na minha memória em anos recentes são curtas-metragens, e por isso comemorei a inclusão desse formato no catálogo da Itaú Cultural Play. É mais uma forma de essas produções chegarem ao público: por streaming e gratuitamente.

Abaixo, selecionei dez filmes disponíveis na plataforma que foram dirigidos por mulheres – e que trazem uma nova pergunta: a quantos curtas-metragens você vai assistir em 2023?

Chacal

Dirigido por Marja Calafange – Paraná, 2020

Muitos curtas brasileiros têm explorado gêneros como suspense, horror e fantasia, incluindo este de Marja Calafante, que foi premiado no Cinefantasy – festival internacional de cinema fantástico. No filme, uma mulher idosa é tomada pela sensação de que sua morte é iminente. Ela, então, deixa sua casa sem se despedir da família e se isola em uma floresta, na tentativa de se integrar completamente à natureza. Destaque para a imagem final, poética e muito bonita, e para a atuação da protagonista Thaia Perez.

teste
teste

Contraturno

Dirigido por Larissa Fernandes e Deivid Mendonça – Goiás, 2022

A evasão escolar é uma das mais graves consequências da covid-19 no Brasil: além da profunda desigualdade no acesso ao ensino remoto, a queda na renda familiar forçou muitos estudantes a ter de trabalhar. Para registrar esse cenário desafiador, o curta acompanha dois jovens de Urutaí, em Goiás, no momento em que voltarão a frequentar aulas presenciais após 12 meses de ensino remoto. Ao retratar a rotina dos estudantes, o filme mostra as dificuldades de conciliar trabalho e estudo e a nova realidade de alunos e professores.

Fartura

Dirigido por Yasmin Thayná – Rio de Janeiro, 2019

Yasmin Thayná é conhecida principalmente por Kbela (2015), um marco do novo cinema brasileiro e das discussões sobre gênero e raça no audiovisual. Mas seu curta seguinte, Fartura, merece igual atenção. Analisando fotos de sua família e de outras famílias negras da periferia do Rio de Janeiro, a diretora notou que muitas das imagens mostravam mesas postas e reuniões familiares em torno da comida. A partir desses registros, o filme reflete sobre como o alimento pode estar relacionado a afeto, religião, memória e às lutas pessoais e coletivas.

Mãtãnãg, a encantada

Dirigido por Shawara Maxakali e Charles Bicalho – Minas Gerais, 2019

Um dos destaques do catálogo da Itaú Cultural Play é a curadoria de curtas e longas-metragens realizados por cineastas indígenas. Essa rica produção audiovisual também inclui a animação, como no caso desta premiada obra de Shawara Maxakali e Charles Bicalho. Produzido na Aldeia Verde, em Ladainha (MG), o filme é falado em maxakali e inspirado na tradicional história de Mãtãnãg, uma mulher indígena que, movida por um grande amor, segue o espírito do marido até o mundo dos mortos.

Compartilhe